Um novo paletó para a República dos bois

                            

                               

    A mais grandiosa das democracias tropicais é mesmo um lugar repleto de grandes acontecimentos políticos desde que a classe dos homens de toga decidiram por fim a prática mais evoluída desta modesta republica de bananas: a corrupção! Desde então os senhores feudais parecem não ter sossego algum , pois a cada passo da nobreza togada em nome do extermínio das sementes plantadas pelos invasores europeus há séculos atrás , um novo caso e vários nomes dos " homens de bem" são lançados na lama. E tantas coisas já se passaram desde o início deste funesto enredo a que somos forçados a assistir todos os dias na tv. Mas não é difícil imaginar um ofício jornalístico tão bem desempenhado na forma de catequese como estes nossos noticiários que esguicham sangue e toda sorte de futilidades nas obtusas cabeças de seu povo. O enredo a que me refiro é , como o digníssimo leitor deve saber a tal "operação lava jato" , a catequização feita para destituir do trono o partido dos encaixadores de peças e substitui-lo por um cacique altivo , com pose e ares de nobreza além do infalível título de doutor que lhe confere a sabedoria de um Aristóteles caboclo. Como já sabeis , tudo arranjado e um novo rei. E quando tudo parecia ir de vento em pompa , pois nossos jornalistas tupiniquins já sopravam um futuro promissor para o incansável país do futuro , eis que de repente emerge o vendedor de bois , uma das figuras mais respeitadas pelos homens de paletó que dirigem essa atrapalhada nação. Há de se explicar tanta reverência , já que todos os grandes caciques tinham seu pote de ouro assegurado pelo vendedor de bois. Num surto de heroísmo o  caro comerciante de carne resolveu jogar mais lama no ventilador , denunciando atos ilícitos cometidos pelo atual dono da coroa , um homem carrancudo , profundo conhecedor  da ciência jurídica e incontestável senhor feudal de grandes terras e  muitos servos. E agora aquele homem que se nos apresentava como o " salvador da economia", que colocaria a grande nação tupiniquim no seu devido lugar dentro da periferia do mundo capitalista , como eterna exportadora de grãos e bois teve sua imaculada reputação estremecida e já se fala mesmo num novo rei para a república dos bois e os corvos do tribunal midiatico se dedicam agora a longas filosofias políticas sobre quem deve ser o novo governante deste esquálido e trôpego estado democrático. Filosofando com os meus botões escavei hipóteses e toda sorte de teorias que me dessem um resposta sólida a derrubada de um novo paletó num período tão curto , visto que a matriarca de dentes cavalares fora banida da corte há menos de um ano e agora já pedem a cabeça do senhor feudal ao qual os corvos midiáticos deram tanto apoio até que a grandiloquente e heroica denúncia do vendedor de bois, que parece estar menos preocupado com o bem do povo do que com a venda de seus frangos e bois pôs um ponto final nos bons ventos da economia e fez cair a máscara do cacique virtuoso! Uma nova ventania faz estremecer as frágeis instituições democráticas desta Atenas a meio caminho ...        

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